terça-feira, 1 de dezembro de 2015


Materialização:  Este, a meu ver, é um dos mais belos fenômenos espíritas. Bem demonstrada, a materialização de  Espíritos  é  prova cabal  da sobrevivência da alma. Para o conhecimento dos meus possíveis leitores,  aqui vai interessante caso: A médium era a Sra.d' Espérance, o  Espírito Népenthès. As sessões  ocorreram em Cristiânia, sob o controle de experientes homes da Noruega:  professores universitários, escritores, médicos, magistrados e pastores luteranos. Népenthès era um Espírito feminino, de  admirável beleza; mostrava-se, em plena luz , ao lado da  médium.Os experimentadores postavam-se em círculo no ambiente. E o Espírito se mostrava materializado no centro do círculo humano;   deixava-se fotografar e examinar à vontade, escrevia com a própria mão, da qual tirava o molde, mergulhando-a na parafina. ( derretida). Em relação à essa moldagem o Dr. Bergen, diz: "Ao dia seguinte, levamos aquela luva a um modelador profissional, para fazê-la  tirar em gesso. Ele e seus operários olharam-na estupefactos, e, verificando que uma mão humana, depois de havê-la produzido, dela não se poderia retirar, acabaram por ver ali obra de feitiçaria. Executando o trabalho, pusemo-nos todos  a  admirar a pequenina mão, completa até o punho, e na qual se observavam plenamente as unhas e onde se  desenhavam as mais finas linhas da palma. Os dedos, afilados e perfeitamente conformados, espantaram, sobretudo,  o artista,  e o convenceram da origem supranormal  do modelo, tanto mais quanto os dedos se apresentavam  curvos de tal maneira, que nenhuma mão humana poderia ter saído dessa forma.". (  "O Espiritismo À Luz dos Fatos", de Carlos Imbassay, 4a. edição da FEB. ). 
  Nota: "Como observa Ernesto Bozzano, as condições eram absolutamente ideais, poi que, tentativa de fraude se tornava literalmente impossível, visto que  o fenômeno se produzia à vista de todos, numa sala suficientemente esclarecida; ( leia iluminada), além  dos fenômenos  de ordem física, um deles inexplicável por meios maturais, como o da mão modelada em parafina, havia os de ordem intelectual, de que é  exemplo a mensagem transmitida  num antigo idioma, só conhecido dos especialistas, e ignorado por todos os presentes à sessão, a médium inclusive."   

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A Estratégia do Pastor

O pastor Jeremias Steepek ... se disfarçou de mendigo e foi a igreja de 10 mil membros onde ia ser apresentado como pastor principal pela manhã. Caminhou ao redor da igreja por 30 minutos enquanto ela se enchia de pessoas para o culto. Somente 3 de cada 7 das 10.000 pessoas diziam "oi" para ele. Para algumas pessoas, ele pediu moedas para comprar comida. Ninguém na Igreja lhe deu algo. Entrou no templo e tentou sentar-se na parte da frente, mas os diáconos o pediram que ele se sentasse na parte de trás da igreja. Ele cumprimentava as pessoas que o devolviam olhares sujos e de julgamento ao olhá-lo de cima à baixo.

Enquanto estava sentado na parte de trás da igreja, escutou os anúncios do culto e logo em seguida a liderança subiu ao altar e anunciaram que se sentiam emocionados em apresentar o novo pastor da congregação: "Gostaríamos de apresentar à vocês o Pastor Jeremias Steepek". As pessoas olharam ao redor aplaudindo com alegria e ansiedade. Foi quando o homem sem lar, o mendigo que se sentava nos últimos bancos, se colocou em pé e começou a caminhar pelo corredor. Os aplausos pararam. E todos o olhavam. Ele se aproximou do altar e pegou o microfone. Conteve-se por um momento e falou:

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’."

Depois de haver recitado o texto de Mateus 25:34-40, olhou a congregação e lhes contou tudo que havia experimentado aquela manhã. Muitos começaram a chorar, muitas cabeças se inclinaram pela vergonha. O pastor disse então: "Hoje vejo uma reunião de pessoas, não a Igreja de Jesus Cristo. O mundo tem pessoas suficientes, mas não suficientes discípulos. Quando vocês se tornarão discípulos?". Logo depois, encerrou o culto e despediu-se: "Até semana que vem"! Ser cristão é mais que algo que você defende. É algo que vive e compartilha com outras pessoas.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Creio porque sei: Cura espiritual

Lucas, ao qual a maioria dos estudiosos afirma ser o autor do livro Atos dos Apóstolos, registrou em Atos 3, uma das principais citações sobre  Pedro na Bíblia, após ter convivido com o Mestre durante três anos, vivenciando, vendo e aprendendo dia a dia, tudo o que Jesus ensinava, todo o amor que o Mestre partilhou com os seus discípulos, toda sabedoria. O evangelista escreveu que ao lado de João Pedro se dirigia ao templo à hora nona (3 da tarde) para oração quando se vê diante de um coxo que ali permanecia pedindo esmolas. Lucas afirma que o pedinte era coxo desde o ventre. Diante daquela mão estendida a espera da esmola, exclama Pedro: "Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda! "
E tomando-o pela mão direita, já com os pés firmes no chão aquele homem entrou no templo saltando e louvando a Deus com alegria.

Na recuperação dos movimentos daquele homem se deu pela canalização do ectoplasma de Pedro (bioplasma) restaurando  imediatamente a cartilagem e regenerando o osso.

Milênios nos separam do episódio. No devido tempo a Ciência desvendou o mistério: Foi graças a ação dos pseudópodos que migraram para o local afetado por uma partícula ou microorganismo, fagocitando (ingerindo) tais elementos estranhos,  englobando partículas e células sem deixar vestígios. Eis a causa do que naqueles tempos as pessoas rotularam de milagre sem ao menos suspeitar que o verdadeiro milagre é o dom da vida que nos é dada pelo Pai Maior. A cura do homem coxo foi possível através da ação do Espírito sobre a matéria
Bioplasma

Na Universidade de Kirov localizada na cidade de  Alma-Ata, no Cazaquistão, por volta de 1968, os Drs. V. Inyushin, V. Grischenko, N. Vorobev, N. Shouiski, N. Fedorova anunciaram o que descobriram: Todos as seres vivos — plantas, animais e os homens, possuem não apenas o corpo físico, constituído de átomos e moléculas, mas também um corpo energético, a que deram o nome de Corpo do Plasma Biológico. (Obra: “A Essência Biológica do Efeito Kirlian”)

Transcorridos 46 anos a doutora Jennifer H. Elisseeff consegue desenvolver um polímero biodegradável impregnado de nutrientes que atua como chamariz para atrair células mãe que próprio organismo gera. Tais células agrupam-se na área danificada e reconstroem o tecido afetado, seja uma cartilagem, um nervo ou osso, reparando-os de forma acelerada. Num infarto do miocardio recupera-se o tecido morto e o coração manter-se-á saudável por muito tempo. O êxito dessas provas levaram o Departamento de Defesa dos EUA a financiar por mais cinco anos esta investigação.

A doutora Jennifer H. Elisseeff, Ph.D. leciona no Wilmer Eye Institute e Engenharia Biomédica, Translational Centro de Engenharia de Tecidos em Baltmora, EUA. Contato: Fone: 410-614-6837 jhe@jhu.edu http://www.jhu.edu/JLAB/


terça-feira, 7 de abril de 2009

A RAMEIRA

                                   

       Há quanto tempo vinhas trilhando o caminho da perversa ilusão, irmã?

        Hoje, recolhido neste ermo quarto, soluça a procura de solução para o teu problema consciencial. Chega mesmo a vincular teu erro à falta de apoio de algum amigo que te pudesse alertar sobre os perigos a que te expunhas ao entregares as loucuras do sexo.

          Lamento que penses assim. Porquanto tua atitude de revolta não tem nenhuma sustentação nessa infeliz suspeição. Pois, carinhoso amigo espiritual buscou inspirar-te renovação nas atitudes por incontáveis vezes. Mas fizestes sempre ouvidos moucos...

           O prazer da carne, e dos sentidos mais animalescos, te eram mais caros do que as demonstradas preocupações do amigo com a tua paz. Trocastes o fraterno companheiro pela cantilena de quem irresponsavelmente aproximou-se de ti e planejou, passo a passo, tua decadência no carreiro da prostituição.

         Amargas, portanto, as conseqüências de tua própria invigilância. Não culpes ninguém pelo destino que te surpreendes hoje. Se ainda podes me ouvir, assuma a própria responsabilidade a fim de que menos desarvorada possas voltar tua mente para Deus. Não te entregues desse modo a pensamentos de suicídio. Este não é a porta de saída para os teus problemas, mas, sim, o portal para  sofrimentos  muito mais atrozes.

       Sentes, na verdade, estocada em teu orgulho. Afinal, não irias nunca imaginar que o homem que te sensibilizou com tão formoso idílio, pudesse chegar ao ponto de ofender-te fisicamente, e, ainda por cima, jogar-te à face a pecha de rameira.

        Enquanto serviu de pasto a ele e a outros para sustentar o vício em que vocês dois charfundaram-se fostes a bela “amada”. Bastou que não pudesses mais levantar dessa mísera enxerga e o teu suposto protetor deixou-te só curtindo as dolorosas mágoas. E as efêmeras amizades que cultivastes pelos adros dessa vida perniciosa de nada valem para ti nestes instantes difíceis em que te achas, sem forças e sem os predicados físicos de outrora...

         Sondo-te os pensamentos agora e noto que te recordas, com saudade, da casa paterna. As lágrimas que escorrem pelas tuas faces macilentas denunciam o teu arrependimento. Choras hoje o quanto fizestes chorar aqueles que te trouxeram ao mundo cheios de esperanças... As Lembranças que te assaltam neste momento são realmente difíceis de enfrenta-las, sem qualquer desespero. Contudo, não te deixes rolar pelo desequilíbrio.

          Debulha-te em prece, minha irmã! Agradeça ao Bom Pai, porque, apesar de tudo, não estás sozinha. Jesus está contigo, pois Ele é o Pastor que não esquece e nem abandona a ovelha perdida.

         Não deixes que o ácido do insulto do teu explorador insensível corroa em ti as partículas de bons sentimentos. Esforça-te em recordar que Maria de Magdala foi uma rameira e, no entanto, quando deixou o Evangelho encharcar-se-lhe o coração, transformou-se e pôde irradiar luz pelos caminhos novos em que se enveredou.

          Acalma-te, portanto! Volta-te para Jesus, Irmã querida.

          Isso... Assim..., mesmo. Vai-te serenando. Fecha os olhos. Ora... Vem!... Que este humilde servo de Jesus espera-te. “Deste outro lado da vida” para continuar a tarefa de amor que me propus realizar junto a ti. Não por bondade, pois que estou longe de possuir essa qualidade, mas para saldar compromisso...

            Esqueças o mundo material temporariamente. Mais tarde, reciclada, voltarás  para reconstruir os teus maus passos. Vem, filha do coração. Abraça-me. Assim... Mais forte.... Que bom!...

            Obrigado, Senhor! Livrastes esta nossa irmã do tresloucado ato de autodestruição violenta do corpo físico. Penhoro junto a Ti, Senhor, a minha eterna gratidão.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

CAUSOS SÉRIOS

O RESGATE

  O céu, do lado do poente, apresentava-se lindamente tingido pelo espectro multicolorido do Sol que morria, naquela hora, no Ocidente para renascer, depois, no Oriente.
   Em nossa Colônia espiritual, o Instrutor Salustiano veio ao meu encontro com o convite para que me integrasse a um grupo de estagiários que participaria com ele de uma reunião mediúnica que realizar-se-ia numa das sociedades espíritas da cidade do Rio de Janeiro. Aceitei a proposta, agradeci o Instrutor e voltei a pesquisar a obra “A Gênese”, de Allan Kardec. Pois dali a dois dias eu teria que apresentar um trabalho escrito sobre essa obra à professora de Cultura doutrinária. O Instrutor, então, despediu-se, alertando-me:
    _ Não se atrase! Sairemos às 19 horas.
     _ Perfeitamente, Professor – respondi, atencioso.
     Elaborei mais algumas anotações e, depois, fui para o alojamento com o objetivo de ler e refletir sobre algum aconselhamento cristão, preparando-me, assim, psiquicamente para o futuro trabalho na Terra.
     No caminho, encontrei dois colegas que participariam da mesma excursão de trabalho. Trocamos algumas palavras sobre a nova tarefa e, logo, nos separamos. Dirigi-me para o Bloco B, da Quadra 211, o Luiz Vicente foi-se para o Bloco G, da Quadra, 98, e o Gabrielzinho seguiu pa o Bloco M, da Quadra, 86.
      A Colônia é ampla e apresenta um conjunto arquitetônico composto por várias unidades: residências, escolas, teatro, biblioteca, Casa de música, Administração, hospital, alojamentos para estagiários e muitas outras coisas. Tudo isso está implantado numa área fechada, a exemplo de um condomínio terreno, muito bem arborizado e recortado por alamedas e jardins bem cuidados.
    À hora combinada, encontramo-nos com o Orientador Salustiano no pátio da instituição. Além de mim, do Gabrielzinho e do Luiz Vicente, outros dois estagiários somaram-se a nós: o Norberto e o Estanislau. Partimos em segundos.
      Ao chegarmos à casa espírita, o relógio pendurado em uma das paredes, assinalava 19 horas e 45 minutos. A equipe coordenadora da reunião em nosso plano estava toda a posto. O Instrutor Salustiano aproximou-se do líder cumprimentando-o, com alegria. Em seguida saudou, da mesma forma, os outros companheiros e nos apresentou à toda a equipe. Acomodamo-nos, depois, nas últimas cadeiras dispostas em fila no salão.
      Às 20 horas, o dirigente encarnado deu início à sessão com sentida prece. E nós, os estagiários, logo nos preparamos para anotar tudo que de mais interessante se passasse no ambiente.
       A reunião se destinava a socorrer criaturas do nosso plano e da Terra que apresentavam problemas obsessivos. Após a leitura e rápidos comentários em torno de um texto evangélico e de um outro doutrinário, os tarefeiros espirituais, num total de vinte e seis, e os médiuns, em número de oito, e mais o dirigente encarnado passaram a se desdobrar em ideações de quadros positivos e em ações rápidas e fraternas para consolar, esclarecer e amparar criaturas em lastimáveis condições psíquicas.
        Num certo momento, um dos médiuns, sob a ordem do dirigente, saiu em seu duplo etéreo para o nosso plano. E, ainda sob o comando do responsável pela direção da tarefa no plano material e sob a tutela do Mentor espiritual, o médium, desdobrado, caminhou em direção à porta de saída da casa. E nesse momento  o Orientador Salustiano aproximou-se de nós, os estagiários, e disse:
       Surge agora a grande oportunidade para que vocês aproveitem bem a experiência dessa nossa viagem à Terra. O médium, em desdobramento, irá libertar uma criatura de triste prisão. E vocês  poderão assistir essa operação de resgate. Contudo, peço-lhes muita discrição e firmeza de pensamento para não atrapalharem o serviço desses amigos. Acompanhemo-lo – arrematou o Instrutor, cordialmente.
        Saíamos logo atrás do médium que se deslocava amparado pelo Mentor da reunião e motivado pelo dirigente encarnado. Ouvimos, então, o tarefeiro mediúnico informar ao seu comando:
       _ “Caminho fora do Centro. Está escuro... Ouço lamentações confusas. Não consigo localizara a direção donde elas vêm. Parece-me que soam em todo o meu redor. São lancinantes. Parecem-me virem de criatura em grande sofrimento. O que faço?
      Dêem-lhe passes e verifique se ela está vendo-o – recomendou o dirigente.
       O médium atendeu o chefe e, em seguida, passou a destra várias vezes à frente das vistas do negro que estava estendido no solo à sua frente. Com esse teste, o médium concluiu que o negro estava cego, infelizmente. Mas, tão logo ele recebeu a benção da fluidoterapia, acalmou-se e perguntou:
     _ Quem está aqui? É você, Genoveva, minha Sinhá? Só você, mesma poderia lembrar-se desse “nego veio”. Dê-me água, por favor. Tenho muita sede, Sinhá.
      O médium, inspirado pelo Mentor, disse-lhe:
       _ Não! Meu irmão. A Sinhá Genoveva não pode vir. Mas eu estou aqui para liberta-lo.
     _ Quem é você? – inquiriu o “nego veio” – Aqui não entra ninguém. Só o feitor, aquele desalmado, e a minha Sinhá Genoveva. Isto é, ela sempre entrou neste lugar horrível, a fim de visitar os seus amigos escravos contra a vontade do seu feitor. Mas, nos últimos tempos, nem mesmo ela tem-se lembrado da gente.
     _ Acalme-se, irmão, eu  vou retira-lo daqui!
      Afirmando isto, o médium tentou então desvencilhar aquele farrapo de homem das correntes e das bolas que o mantinham naquele local. Apesar do esforço e da boa vontade o médium verificou logo lhe ser impossível realizar aquela ousada operação. Aqueles ferros supliciadores prendiam-no através de vários e robustos cadeados. Ante a dificuldade, ele solicita novas instruções ao dirigente que lhe ordenou:
      _ Feche os olhos e ore com fé.
       Enquanto a voz suplicante do médium se elevava em sublime prece, o Mentor ,que acompanhava, atento, toda aquela operação, pousou as mãos sobre a cabeça carapinhada do negro que, pouco a pouco, foi desfazendo aqueles liames que, apenas,  existiam por causa de sua fixação mental num passado tão distante.
       Quando o médium abriu os olhos, o negro estava em pé à sua frente, desperto totalmente daquele pesadelo hediondo.
        Submisso, ainda, o negro ajoelhou-se imediatamente aos pés do médium e dizia:
       _ Obrigado, obrigado, meu Sinhô! Serei fiel ao Sinhô, por toda a minha vida.
      E dizendo isto, o negro tomou a mão do médium com visível intenção de beija-la. Mas o tarefeiro mediúnico não o permitiu, lembrando-o:
       Eu agradeço-lhe imensamente pelo seu gesto de carinho, mas não sou merecedor dele, porque quem o libertou, na verdade, foi o Pai Celeste. É a Ele, portanto, que você deve louvar e agradecer por esta nova oportunidade do seu reencontro com a vida em ação. Agradeça-O, pautando seus passos sempre no caminho do Bem. E aí, o médium, tomando o negro pela mão, transportou-o, com o auxílio do Mentor, para o centro espírita, onde o dirigente completou a integração o ex-escravo à realidade nova. Tarefeiros espirituais então orientados pelo Mentor, tomaram-no sob os seus cuidados e o levaram a uma instituição do espaço sideral, onde ele libertará completamente dos traumas que a desumana prisão lhe causou. Afinal, a escravidão no Brasil terminara em 1888, mas esse escravo fora esquecido naquela masmorra, porque a Sinhá Genoveva viajara um pouco antes para a Europa, onde logo se consorciara para saldar uma promessa de seu pai. O negro morrera de inanição e ali aquele Espírito permanecia há quase cem anos.
     O nosso grupo acompanhou o resgatado até a instituição de tratamento. E lá chegando pudemos ver que o amor realmente perdura no tempo, no espaço e opera verdadeiros milagres. Eis o que descobrimos: a Sinhá Genoveva que, ainda, era lembrada com saudade pelo resgatado, era naquela instituição nada menos que a  Coordenadora de Enfermagem. E foi graças a sua intercessão que o negro (que também nunca a esquecera) pôde ser resgatado naquela abençoada e memorável noite.
     O ex-escravo foi recebido pela Sinhá Genoveva pessoalmente, com sincero e fraterno abraço, sob os nossos marejados olhares. E naquele instante de sadia emoção para todos nós, o bondoso Instrutor Salustiano lembrou:
     _ É por tudo isso que um certo Mentor Espiritual é pródigo em afirmar que o Amor exercido será sempre o advogado de quem o exerce em qualquer época, lugar, ou circunstância.
 Voz do Além soara no telefone: Ester, neta do escritor Coelho Neto falecera, em tenra idade, seis meses depois do óbito de seu pai. Júlia, sua mãe, entrou em grande desespero, causando mais tristeza, ainda, aos seus avós. Eis que, certo dia, a avó entrou no escritório do esposo, em lágrimas, e, abraçando-o, disse-lhe
_ Júlia enlouquecera. 
_Porque me diz isso?...- questionou o escritor patrício. 
 _Ela está, ao telefone, falando com a filha- afirmou a senhora.
  _Com a Ester!?..- questionou, estupefato, Coelho Neto. 
  _Sim, a nossa neta! - insistiu a senhora.
 O eminente membro da Academia Brasileira de Letras encarou, demoradamente, sua esposa, certo de que ali a louca era ela e não filha. E,ante o visível ceticismo do marido, a mulher arrematou:
_ Se não acreditas, chegue até a escada e ouça-a. 
Ambos aproximaram-se da balaustrada do primeiro andar e viram que Júlia continuava ao telefone. Mas, falava muito baixo e os pais não conseguiram entender nenhuma palavra. O sussurro era entrecortado de risinhos. o que levou o pai a achar que era conversa de namorados. 
_ "Por que dizes que ela fala com Ester? - voltou ele a interrogar a esposa. 
_Ora, porque ela mesma confessou-me esse segredo "e não imaginas com que alegria."
 Coelho Neto estatelou-se, "sem compreender o que ouvia. De repente, ele voltou ao escritório, pegou o fone da extensão e levou ao ouvido e quase caiu de susto. Passo, agora, a palavra ao nosso querido escritor: 
_"Ouvi, meu amigo. Ouvi minha neta. Reconheci-lhe a voz, a doce voz, que era a música da mina casa... Mas não foi a voz que me impressionou, que me fez sorrir e chorar, senão o que ela dizia. Ainda que eu duvidasse, com toda a minha incredulidade, havia de convencer-me, tis eram as referências, as alusões que a pequenina voz do Além fazia a fatos, incidentes da vida que conosco vivera o corpo do qual ela fora o som... Mistificação? E que mistificador seria esse que conhecia episódios ignorados de nós mesmos, passados na mais estreita intimidade entre mãe e filha? Não! Era ela, a minha neta, ou antes: a sua alma visitadora que se comunicava daquele modo com o coração materno, levantando-o da dor em que jazia para a consolação suprema."
Nota: Coelho Neto converteu-se e tornou-se lídimo baluarte do Espiritismo! (Fonte: "Escritores e Fanatasmas", de Jorge Rizzini, 2a. edição de "Correio Fraterno" 

Premonição:  27 de Junho de 1894, 9 horas da manhã. O jovem Gallet, estudante  de Medicina, prepara-se, em seu quarto, em companhia  do colega Varay,  para a  primeira  prova de doutoramento, quando, de  repente, vê-se  distraído por uma voz interior  que lhe  repete:  "O Sr. Casimiro  Périer  foi eleito  Presidente da República, por 451 votos.". Gallet anota a frase num papel e passa-a ao colega. Varay lê-a,e,indiferente a insistência do amigo que crê  na possibilidade de premonição real, encolhe os ombros. Após  o almoço, encontram-se  com dois outros estudantes, Bouchet, de Medicina e Deborne de Farmácia. Os três riem da tal profecia, pois que os candidatos prováveis  à presidência eram os Srs. Brisson  e Dupuy. A eleição dar-se- ia às 14 horas daquele mesmo dia, em Versalhes. Diz o povo que o castigo vem a cavalo. No caso, ele veio de avião, garanto. Pois, no momento, em que, os quatro estudantes de Lião, tomavam um  refrigerantes no terraço dum Café, passavam os jornaleiros a gritarem:  "O Sr. Casimiro Périer  foi eleito  Presidente  da República por 451 votos!" Fonte: "A Morte e o seu Mistério", volume II, pág. 17,  4 a. edição da FEB.   

Nota:  "O dom de predição não é, pois, mais sobrenatural do que uma multidão de outros fenômenos; ele repousa sobre as propriedades da alma e a lei das relações do mundo visível e do mundo invisível,  que o Espiritismo vem fazer conhecer."  ( " A Gênese", Capítulo XVI, Tradução de Salvador Gentile, edição IDE.).  


Desdobramento:  Fenômeno anímico (da alma), que, na História do Psiquismo,aparece com freqüência, notável. Segundo o mundialmente conhecido astrônomo e psiquista francês, Camille Flammarion, há dois tipos de desdobramento (  Bilocação),  o consciente ( voluntário) e o inconsciente ( Involuntário). Trago-lhes, em resumo, um  clássico,   citado pela maioria dos escritores psíquicos. O fato ocorreu, espontaneamente,  no "Pensionato ( Colégio)  de Newelcke", na Lavõnia, onde estudavam  42 meninas, quase todas  de famílias nobres; entre elas as segunda filha do Barão de Güldenstubbé. Era 1845, a instituição admitiu uma professora de francês, a Sta Emília .  controu   foi  boatos  estranhos começaram a circular entre as alunas. Algumas afirmavam, convictas, que viram a Sta. Emília Sagée, de Dijon. Logo, um estranho boato começou a circular entre as educandas: Esta mestra fora vista vista em dois lugares distintos, ao mesmo tempo. A princípio, acreditou-se numa alucinação. Mas, logo, o fenômeno repetiu-se de maneira incontestável. Na sala de aula,  Emília Sagée dava algumas explicações a 13 das suas discípulas, entre as quais, a Sta. Güldenstubbé, e escrevia na lousa o que falava. De repente, as alunas, apavoradas, viram duas Segées. A carnal, escrevia na lousa, a "perispirtual", exatamente igual a carnal, fazia, em tempo real, os mesmos gestos.   Noutra ocasião, as 42 alunas estavam bordando sentadas à frente de uma extensa mesa, numa sala com quatro janelas, que lhes permitia ver o amplo jardim da Colégio.  Numa cabeceira da mesa, uma  outra mestra, sentada numa poltrona, garantia a disciplina... Eis que, num certo momento, as  educandas, viram viram a mestra. Sagée, no jardim,  entretida,  a colher flores. Nesse ínterim, a mestra -vigilante  saiu da sala. Logo, porém, o Perispírito da Sta. Sagée assumiu a sua  poltrona. De maneira que as alunas alunas viam, ao mesmo tempo, a professora de francês à sentada, à  cabeceira da mesa e, no jardim, em pé,   colhendo flores.  A diferença era que os movimentos do seu "duplo" na poltrona da vigilante, eram vagarosos e pesados, como, comumente, age uma pessoa com muito sono e exausta.  Duas alunas, mais corajosas, aproximaram-se e tocaram a  aparição, experimentando suave sensação,  como se estivessem tocando um tecido fino.  Uma delas  passou pela frente da poltrona, sem que as pernas estiradas do fantasma  impedissem seus passos... (  Fonte: "A Morte e o seu Mistério"- V. II,   4a. edição da FEB ). 

 Aviso doutro mundo: Em Lisboa, no Hospital São Luiz, uma irmã da Ordem de S. Vicente de Paulo, Maria Souchon, encontrava-se em estado de séria prostração, por causa de grave doença no estômago. A superiora convocou o médico, o Dr. Beira, que, sendo católico, depois de examinar a enferma, aconselhou a superiora a convencê-la a confessar-se, o mais depressa possível... Uma vez, revelada à doente a opinião do médico, o seu confessor, o padre Fragues, deu-lhe os últimos sacramentos, no dia seguinte. Era uma segunda-feira. A enferma, tranquila, pediu às  companheiras que não se afligissem e não interrompessem a rotina, porque ela só morreria no sábado. A superiora  perguntou-lhe: 
_ Como Sabeis? 
_ A Santa Virgem mo disse. Apareceu-me há pouco para me dar essa informação. Durante toda a minha vida lhe exprimi o desejo de morrer num sábado, dia que lhe é consagrado. 
 A superiora  achou que ela tivera uma alucinação, devido a febre alta. E, a rotina do hospital foi retomada... passaram-se os dias, sem que se notassem qualquer agravamento da saúde da irmã doente. No sábado, ás 18 horas, ela  comentou: 
_É singular !... É tão tarde e a Santa Virgem não  veio, ainda,  buscar-me. Todavia, prometeu-me...   
_Oh! - replicou a superiora -  a Santa Virgem não pode ocupar-se  de vós, tantos são os  que a imploram.
  Mas, serena,  a doente retrucou:
_ Não,  não! A morte aproxima-se. Apalpai meus pés. Estão gelados... Sim! Já morri até a cintura... Um Cristo...,  depressa... Uma Santa Virgem... Orai, orai !... 
 E  a morte instalou-se, logo, em todo corpo da freira  Maria Souchon. ( Fonte: Idem.) 

Eutanásia, nunca ! - Em 17 de Fevereiro de 1995, em San  Francisco, Estados Unidos,  John Martin,americano,  21 anos, fora atropelado em frente do hotel em que trabalhava. Após duas cirurgias no cérebro para remover u coágulo, ele entrou em coma. Logo, os médicos concluíram "que não mais esperança do rapaz se recuperar." Então, sua mãe,  Julie Chistine, decidiu autorizar a eutanásia. Entretanto,  "minutos antes dos médicos desligarem os aparelhos que o mantinham vivo há dez dias, despertou do coma ao ouvir sua mãe dizer: "Eu te amo, meu filho".  Subitamente, ele abriu os olhos, acariciou seus cabelos e sussurrou: "Eu também te amo, mamãe".  "No dia seguinte, os mesmos médicos lhe diziam que em seis meses ele estaria levando uma vida normal". ( Fonte: "Chico Xavier  -  O Mineiro do Século".)

Nota:  Numa das reuniões do médium  Chico Xavier, compareceu uma senhora, que tinha o corpo repleto de chagas.  Conhecido médico que a acompanhava, na ocasião, cheio de piedade e não vendo solução para o caso, perguntou:  "Chico, a eutanásia não seria uma benção para ela?". Emmanuel, como se sabe, o Espírito - Guia do médium, interveio: "Chico, diga ao nosso irmão que esta nossa irmã nunca esteve tão bem. Nas últimas três encarnações ela se matou e, nesta, apesar de todo o seu sofrimento, não pensou sequer em suicídio". ( Fonte: Idem.)